Projeto segue pelo fim do Horário de Verão em todo o país

Projeto segue pelo fim do Horário de Verão em todo o país

Segundo autor da proposta, quem paga a conta é o SUS

Brasília, 19 de fevereiro de 2016 – Amado por uns, odiado por outros, chega ao fim neste domingo o horário de verão. Seguindo as regras estipuladas no decreto 6.558, de 2008 e revisado em 2013, o horário de verão 2015/2016, em sua 40ª edição no país, teve duração de quatro meses.

Para o Ministério de Minas e Energia, a implantação do horário permite um aproveitamento da luz natural e estimula o uso racional da energia elétrica. O deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), é contrário à medida instituída no país. Autor do Projeto de Lei (PL) 397/2007 que defende o fim do horário de verão, Colatto afirma que “não há estatística que justifique que essa medida traga ganhos”. Segundo ele, para comprovar a ineficácia do horário de verão, basta verificar as faturas de energia elétrica e ver o quanto as pessoas gastam a mais neste período. O Projeto de Lei segue tramitando na Câmara dos Deputados.

O autor da proposta, afirma que não há redução do consumo de energia, mas sim reflexos negativos no organismo. “Todos os anos a situação se repete. Inicia o horário de verão e são inúmeras as manifestações de prejuízos à saúde e a rotina”, cita.

Em sua justificativa ao texto do projeto 397/2007, Colatto explica que “as bruscas alterações de horário ocasionam distúrbios orgânicos traduzidos pela ocorrência de fadiga, dores de cabeça, confusão de raciocínio, irritabilidade, constipação e queda da imunidade. Tal quadro é conhecido na medicina como síndrome de jet lag cuja consequência mais grave é a afetação hormonal que se manifesta, principalmente, em crianças e pessoas de idade mais avançada”.

Segundo o parlamentar, os mais prejudicados são os trabalhadores rurais e àqueles que necessitam acordar de madrugada para trabalhar. “O desconforto que a adoção deste horário acarreta, principalmente em latitudes mais baixas, é experimentado por todos que são obrigados a acordar mais cedo, incluindo as crianças que alteram sua rotina de acordar para ir à escola”, justifica.

O deputado defende que uma das medidas que podem solucionar o alto consumo de energia é o desenvolvimento de ações permanentes do governo que possam orientar e educar a população brasileira sobre o uso consciente de energia nos horários de ponta, das 18h30 às 21h30. Outra opção seria um plebiscito para saber se a população quer ou não manter o horário de verão.

ESTUDO

Estudos apontam que as alterações de horário da bioatividade humana ocasionam distúrbios orgânicos, como fadiga, dores de cabeça, confusão de raciocínio, irritabilidade, constipação e queda da imunidade. É o relógio biológico que controla um grande número de funções vitais do organismo, sendo assim, um bom sono está diretamente ligado a uma melhor qualidade de vida. Colatto cita ainda um estudo sobre os malefícios do horário de verão realizado pelo médico, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Guilherme Honório Moreira. O especialista constatou que uma hora a menos no nosso sono pode causar aumento do número de mortes nas estradas, piorar o controle do diabetes mellitus, diminuir o rendimento escolar, aumentar o erro profissional, além de tentar uma adaptação que nunca ocorre. Além disso, destaca Colatto, está claro na pesquisa que quem paga a conta dessa medida é o Sistema Único de Saúde (SUS) e a população.

TRAMITAÇÃO

O PL 397 encontra-se pronto para a pauta da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados e deve ser votado tão logo iniciem as atividades da Comissão.