Governo apresenta propostas aos caminhoneiros e Valdir Colatto diz que governo comete erros

Governo apresenta propostas aos caminhoneiros e Valdir Colatto diz que governo comete erros

Deputados Federais estiveram novamente reunidos com o ministro da Secretária-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, para tentar buscar soluções que encerrem de vez a paralisação dos caminhoneiros e transportadores em grande parte do País. O governo apresentou uma lista de propostas com o objetivo de acabar com a greve imediatamente. A primeira delas é a sanção integral da Lei dos Caminhoneiros — aprovada no início deste mês na Câmara dos Deputados. “A lei dos caminhoneiros é importante, é uma grande conquista, mas não é o tema central da paralisação. O governo erra ao não discutir o preço da energia e do óleo diesel, o que prejudica toda a cadeia produtiva, desde o produtor rural até o consumidor”, afirmou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).

O governo também pretende oferecer uma carência de 12 meses para motoristas autônomos e microempresas do ramo que fizeram financiamento pelo Finame Procaminhoneiro.

O governo também se comprometeu em criar uma mesa permanente de negociação junto com o Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para criar um diálogo junto com a categoria.

Durante a audiência, o deputado Valdir Colatto reafirmou a necessidade de baixar o preço do óleo diesel. O governo não aceitou a proposta, mas disse que não vai reajustar o preço dos combustíveis pelos próximos seis meses. “Fica impossível para o povo brasileiro entender como se pratica os preços da Petrobras. Enquanto o barril do petróleo cai 50% no mercado internacional, enquanto a gasolina brasileira está mais barata no Paraguai, aqui no Brasil, o combustível sobe, não só para os caminhoneiros, mas também para o produtor rural, as indústrias e toda a sociedade inteira, que sofre para pagar uma conta que não cabe a ela”, destacou o deputado.

Diante da posição do governo, o parlamentar catarinense apresentou uma contraproposta, que é a redução do PIS/Confins que incidem sobre o combustível, mas o governo novamente recusou. Para o ministro, o reajuste da margem do frete é o tema central para os movimentos dos caminhoneiros.

Os deputados e o ministro não chegaram a um acordo. Sem o conhecimento dos parlamentares, o governo fez uma reunião paralela no Ministério dos Transportes com as empresas embarcadoras e representantes dos transportadores e anunciou um acordo com aqueles que estavam presentes na reunião com o ministro Antônio Carlos Rodrigues — mesmo sem assumir o compromisso de baixar o preço do óleo diesel.

O ministro condicionou a adoção das medidas anunciadas, assim que houver a desmobilização do movimento de greve.