Decisão da CTNBio frustra abastecimento de milho no Brasil

Decisão da CTNBio frustra abastecimento de milho no Brasil

A pauta será levada pelo deputado federal Valdir Colatto para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ao plenário da Câmara dos Deputados

Santa Catarina 5/9/2016 – A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) frustrou a expectativa da importação de milho dos Estados Unidos. A liberação do milho americano era aguardada com expectativa, pedido feito atendendo a necessidade de indústrias de aves, suínos e leite; que contavam com a importação do cereal para reduzir os preços do cereal, que tem batido recorde nos últimos meses, chegando ao preço de R$ 60 a saca.

O deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, destacou que muito trabalho tem sido feito para resolver a questão de abastecimento de milho no país e não houve consciência da CTNBio para autorizar a entrada do grão, com a justificativa de ser transgênico. “Há mais de 10 anos o Brasil planta milho e soja transgênica sendo que 90% do que se planta em solo brasileiro é transgênico. Falta reconhecimento da tecnologia, da modernidade, além de muita ideologia do Ministério Meio Ambiente e Anvisa”, disse.

Semanas antes da decisão da CTNBio uma comitiva de parlamentares e membros do Ministério da Agricultura esteve com o Ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, para tratar sobre a importação de milho dos Estados Unidos e a crise de abastecimento interno. A decisão da CTNBio, divulgada na semana passada, aprovou o uso de uma variedade de milho transgênico comercializada nos Estados Unidos, mas a liberação de todas as variedades era necessária para que o milho ingressasse no Brasil. Outra avaliação da CTNBio deverá acontecer em outubro.

Com a entrada do milho importado dos Estados Unidos a expectativa é diminuir preço do grão para os criadores e para as agroindústrias. “Precisamos voltar a ser competitivos, fazer com que a indústria continue produzindo, os produtores continuem criando e que tenhamos condições de manter os empregos”, acrescentou. Colatto lembra que o milho é insumo da avicultura, suinocultura e leite; alimentação básica do brasileiro. “O consumidor continuará pagando mais caro pelos produtos na prateleira do mercado”, acrescentou. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reforçou que a medida retarda uma importante solução para a crise de abastecimento de milho no país.

A pauta será levada para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ao plenário da Câmara dos Deputados. “Vamos reagir e mostrar esta falta de sensibilidade de técnicos que se dizem conhecedores do assunto e acabam prejudicando os agricultores e a agroindústria brasileira”.