Comissão de Agricultura debaterá cooperativismo no Plano Safra

Comissão de Agricultura debaterá cooperativismo no Plano Safra
Comissão de Agricultura debaterá cooperativismo no Plano Safra

Requerimento de autoria do deputado Colatto quer tratar dos impactos para o setor

Brasília, 4 de julho de 2017 – Os impactos do Plano Safra 2017/2018 para o cooperativismo e a exigibilidade dos depósitos à vista para a agricultura foram tema de discussão hoje, durante a reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Um requerimento, de autoria do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), para debater o assunto em audiência pública no âmbito da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados está na pauta de amanhã (05/07).

No requerimento de audiência pública, o deputado Colatto destaca que, no início de junho de 2017, foram publicadas Resoluções do Banco Central com ajustes de normas e medidas para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/18 que fragilizaram a política agrícola em prol dos produtores agropecuários e suas cooperativas, privilegiando outros interesses.

As resoluções mencionadas tratam da retirada dos recursos obrigatórios das rubricas de comercialização (adiantamento a cooperados por conta de produtos entregues à cooperativa) e de industrialização (crédito de industrialização), restando a opção dos recursos via Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e de crédito comercial, encarecerá os custos financeiros dos empreendimentos. Além disso, a exigibilidade obrigatória de aplicação em operações de crédito rural correspondente a 34% dos valores captados pelas instituições financeiras via depósitos à vista, é importante para agricultura brasileira.

Segundo Colatto, deve ter ocorrido um equívoco do Banco Central e de quem projetou os recursos para o Plano Safra. “Acabaram enquadrando as cooperativas como grandes empresas tomadoras de crédito rural. Nós temos que reverter isso. Vamos fazer com que volte a política dos anos anteriores, onde as cooperativas eram enquadradas pelo número de produtores e o valor de cada financiamento”, explicou.

Ainda, de acordo com o deputado Colatto, a exigência de que um percentual de 60% da composição das cooperativas seja de pequenos agricultores acaba prejudicando cooperativas como a Coopercentral Aurora, de Chapecó/Santa Catarina, que é formada por 100 mil famílias em 13 cooperativas singulares. “Passaram a somar todos os agricultores e igualando produtores que sozinhos tomam 10, 50 ou até 100 mil reais. Eles têm que ser enquadrados como pequenos agricultores, no Pronaf, com juros diferenciados”, completou o deputado catarinense.

Convidados

O requerimento de audiência pública que será votado amanhã, convida o Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn; o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB); e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para tratar dos temas destacados.