Próxima reunião acontecerá na terça-feira com a ministra Katia Abreu
Santa Catarina 7/12/ 2015 – Após intenso trabalho junto aos ministérios da Agricultura e a Secretaria de Defesa Sanitária durante todo o ano de 2015, um plano de contingência para prevenir a praga da maçã, a Cydia Pomonella (traça da maçã). O deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), interlocutor da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), com sede em Fraiburgo/SC, comemorou a publicação.
A Instrução Normativa 35 de 27/10/2015 do Ministério da Agricultura estabelece os procedimentos operacionais para aplicar medidas preventivas e emergenciais para erradicação de focos e contenção da praga. No mês de outubro, Colatto e o presidente e o diretor executivo da ABPM, Pierre Peres e Moises Albuquerque, participaram em Brasília de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CAPADR) da Câmara dos Deputados, onde foram expostas as preocupações em criar plano de trabalho nacional para evitar a praga. A entidade destacou a preocupação com a manutenção do Brasil com status de livre da Cydia Pomonella, necessitando urgente da publicação do plano de contingência, além do combate a importação predatória de países como a China e a Argentina.
Agora, após a publicação do plano, inicia o reforço do controle para prevenir a entrada da praga. Serão fortalecidas as ações de fiscalização e controle em portos, aeroportos e postos de fronteira na inspeção de produtos agrícolas que caracterizem risco. A IN 35 institui o grupo nacional de emergência fitossanitária no âmbito da Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS). O objetivo é identificar, propor e articular as ações preventivas de vigilância fitossanitária para manter a erradicação da praga.
Cydia Pomonella
Popularmente conhecida como “traça da maçã”, a Cydia Pomonella é a principal praga que esta inserida em praticamente todas as regiões produtoras de maçã do mundo, com exceção do extremo Oriente, partes da China, Coréia, Japão e dos pomares comerciais de maçã do Brasil. É o principal entrave fitossanitário para comercialização da fruta nos mercados interno e externos.
De acordo com dados da ABPM, o Brasil erradicou oficialmente a Cydia Pomonella há 1 ano e meio, num case inédito em nível mundial, após mais de 20 anos de trabalhoso o Brasil perca seu status de livre da traça da maçã, demandaria especificamente para o seu controle, no mínimo duas aplicações de inseticidas de elevada toxicidade, os quais sequer estão registrados para a cultura no País, gerando um custo anual de cerca de R$ 10 milhões ao setor produtivo. “Ainda assim, ocorreriam perdas de produção de pelo menos 2% a 3% (cerca de R$ 40 milhões), fora prejuízos com a perda de mercados, e o mais importante, um forte impacto ambiental nas regiões produtoras”, destacou o presidente.
Produção
Dados do IBGE mostram que em 2015 o Brasil produziu 1,27 milhão de toneladas de maçã em uma área de 36,3 mil hectares, o que segundo a FAO coloca o país entre os 12 maiores produtores do mundo. O faturamento do segmento da maçã no Brasil, em 2014, foi na ordem de R$ 2,1 bilhões com a comercialização da fruta in natura no mercado interno. “São gerados quase 200 mil empregos diretos e indiretos para produzir 1,3 milhões de toneladas da fruta”, destaca Colatto.
Próxima reunião
Está marcada para esta terça-feira (8/12) uma audiência com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, para tratar sobre os problemas enfrentados pelos produtores de maçã do sul do país. Devem participar da audiência representantes de produtores e deputados federais dos três estados. O setor está buscando proteção à maçã brasileira contra problemas climáticos e ameaça de importação de produção asiática.