Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer

Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer
Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer
Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer
Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer
Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer
Colatto cobra ações de enfrentamento ao câncer

Brasília, 9 de junho de 2017 – A Câmara dos Deputados debateu, nesta semana, em Comissão Geral, a prevenção, o diagnóstico, e o acesso ao tratamento para combate ao câncer. Esses desafios foram apontados por deputados, gestores de hospitais e pacientes que lutam contra a doença.

O deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), em seu pronunciamento destacou que o Congresso Nacional precisa se debruçar sobre o assunto e buscar soluções para minorar o sofrimento das pessoas que enfrentam o câncer. “Este é um grave problema para nós brasileiros. Um infortúnio para aqueles que passam por isso”, pontuou o parlamentar.
Dentre os convidados, uma das maiores preocupações levantadas foi em relação à obtenção de diagnósticos mais rápidos e precisos, capazes de frear a doença e garantir que as pessoas tenham mais chances de cura. Sem um diagnóstico precoce, a eficácia da lei 12.732/12, que determina o início do tratamento em até 60 dias após esse diagnóstico, também é prejudicada.

Outros participantes da Comissão Geral reclamaram da falta de informação dos pacientes, que não sabem como se prevenir, nem dos passos do tratamento. Foi por falta de informação, que a catarinense Melissa de Medeiros se surpreendeu ao ficar muda depois de uma cirurgia para retirada de laringe em decorrência de câncer. Ex-fumante, 45 anos de idade, Melissa ficou completamente muda durante dois anos. Hoje, ela dedica parte de seu tempo à Associação de Câncer de Boca e Garganta, da qual é presidente, apoiando e divulgando informações a outros pacientes.
“Não recebi o diagnóstico correto em tempo. Não recebi informações de que ficaria muda, de que perderia o emprego, de como voltaria a falar”, testemunhou a mulher que hoje fala com o auxílio de um aparelho eletrônico que robotiza sua voz. A reclamação dela é que hoje grande parte dos pacientes não tem acesso a uma terapia fonoaudiológica para voltar a falar.

Colatto acompanha um grupo de pessoas laringectomizadas do Hospital Regional de Chapecó – conhecido como “Grandes Guerreiros do Oeste” – e salienta que um dos pedidos é que se inclua na tabela do SUS a aquisição de prótese para essas pessoas e o aparelho para laringe, conhecido como “laringe eletrônica”, a fim de que elas possam se comunicar.

Luciara Giacobe, fonoaudióloga, mestre em Distúrbios da Comunicação e coordenadora do grupo “Grandes Guerreiros do Oeste”, trabalha há 7 anos na reabilitação de pacientes com câncer de cabeça e de garganta, e, também participou da Comissão Geral. Ela destacou que grupos como o de Chapecó, têm por finalidade maior reintegrar as pessoas à sociedade, tanto social quanto profissionalmente.

Luciara destacou que, segundo o Instituto Nacional do Câncer, para o biênio de 2016/2017, haverá 7.350 novos casos de câncer de laringe. Deles, 6.360 ocorrerão em homens e 990 em mulheres.

Ministério da Saúde

Presente ao debate, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que o Brasil não dispõe de recursos para dar tratamento para todos os brasileiros como deveria. As novas tecnologias e os tratamentos individualizados, disse, são muito caros, mas o País tem buscado outros caminhos, seja pelo investimento em prevenção ou pelo barateamento da produção de medicamentos.

“Economizamos R$ 3,2 bilhões neste primeiro ano de gestão, praticamente reduzindo preços de medicamentos. Quanto mais barato, mais acesso daremos às pessoas. Precisamos resistir à pressão da indústria farmacêutica em descontinuar a produção de medicamentos baratos”, defendeu o ministro.

Prevenção

Em outra frente, Ricardo Barros lembrou que o Brasil assumiu internacionalmente compromissos relativos à prevenção. São medidas que envolvem a redução de 30% em bebidas açucaradas ou o aumento em 17% no consumo de hortaliças e verduras até 2019, além da diminuição do sedentarismo e do tabagismo, com redução no número de fumantes de 15% para 10% em 10 anos.

Ainda segundo o ministro, cada vez mais o tratamento tem sido descentralizado e os recursos para essa finalidade cresceram 49% nos últimos seis anos, passando de R$ 2,1 bilhões para R$ 3 bilhões por ano. A cada ano, surgem aproximadamente 600 mil novos casos de câncer no Brasil, sendo os mais comuns o de pele, o de próstata, o de mama, o de pulmão e o de útero.

Audiência no Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário

Após a participação na Comissão Geral, o deputado Valdir Colatto, a presidente da ACBG, Melissa e a fonoaudióloga Luciara estiveram em audiência com o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Alberto Beltrame.

Em pauta a necessidade de inclusão e atualização de valores de itens utilizados pelos pacientes laringectomizados na lista do SUS. Além disso, Melissa apresentou a necessidade de apoiar o projeto de desenvolvimento da prótese de laringe pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que se efetivado, será pioneiro no Brasil, podendo facilitar o acesso dos pacientes ao aparelho.

“O câncer é curado, mas a sequela no paciente, que fica sem voz, o exclui da sociedade e do mercado de trabalho, então, estamos mobilizando a classe política, a fim de termos apoio no SUS e conseguirmos desenvolver a prótese nacional, que é o aparelho que nos permite voltar a nos comunicar”, disse Melissa.