manifesto PMDB

Conheça os deputados do PMDB que são contra assumir Ministérios oferecidos pelo PT

Manifesto foi divulgado nesta quinta-feira (1/10). Dentre os 66 integrantes da bancada nacional do PMDB, 22 são contrários a decisão de assumir ministérios

Brasília, 2/10/ 2015 – Vinte e dois deputados federais do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) assinaram, na quinta-feira (1º/10), manifesto contra a decisão do partido de assumir ministérios no governo Dilma Rousseff. O grupo, que representa 1/3 da bancada, critica o posicionamento do partido frente em meio à crise política e econômica que o Brasil passa.

Os seis deputados peemedebistas catarinenses são signatários do manifesto. “Não concordamos com a posição do líder do partido de aceitar mais ministérios em troca de apoio ao governo”, ressaltou o deputado federal catarinense Valdir Colatto.

Confira a íntegra do manifesto:

Nosso país sofre uma das mais graves crises econômicas de sua história. Ela é resultante de escolhas erradas das políticas de Governo, e traz de volta demônios que a Nação imaginava exorcizados: inflação, desemprego, desindustrialização e total desarranjo das contas públicas.

A crise ética avilta a Nação! A crise política alterna a condição de causa e efeito do quadro emergencial que vivemos agora. Tais crises estão ainda no seu início. Na raiz de tudo está uma condução do país errática, desacreditada e que se enfraquece a cada dia. Agora o Governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela pressão por cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo brasileiro.

Diante desse quadro, nós integrantes da bancada do PMDB, nos manifestamos no anseio de que o nosso partido seja chamado à reflexão e ofereça outro tipo de contribuição ao Brasil:

1. Embora participando da base do governo federal, nos últimos anos, e tendo o vice-presidente da República, o PMDB nunca foi sequer convidado a participar das decisões governamentais que levaram a essas crises. As decisões políticas estratégicas nacionais, ao longo desses últimos anos, foram tomadas exclusivamente pelo PT, determinando a situação atual.

2. Discordamos de qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer título. Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida.

3. Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país.

4. Queremos, dentro do Partido e com a sociedade, debater e apontar soluções para o país, que reduzam a máquina pública e retomem o desenvolvimento econômico e social para os brasileiros.

DEPUTADOS QUE ASSINARAM O MANIFESTO:
Alceu Moreira (RS)
Baleia Rossi (SP)
Carlos Marun (MS)
Celso Maldaner (SC)
Darcísio Perondi (RS)
Dulce Miranda (TO)
Edinho Bez (SC)
Flaviano Melo (AC)
Geraldo Resende (MS)
Jarbas Vasconcelos (PE)
José Fogaça (RS)
Josi Nunes (TO)
Laudívio Carvalho (MG),
Lúcio Vieira Lima (BA)
Mauro Mariani (SC)
Osmar Serraglio (PR)
Osmar Terra (RS)
Rogério Peninha Mendonça (SC)
Ronaldo Benedet (SC)
Roney Nemer (DF)
Valdir Colatto (SC)
Vitor Valim (CE)

 

VALDIR COLATTO 3

Artigo:Burocracia e corrupção

Valdir Colatto*

Legislações e normas que infernizam a vida de quem produz e trabalha provocam um Custo Brasil sem limites e ultrapassa qualquer fronteira de bom senso e razoabilidade. Eliminar a burocracia inútil será o desafio para enfrentar a crise econômico-financeira, política e ética no Brasil, buscando recomeçar, como uma “luz no fim do túnel”. A burocracia impede o desenvolvimento sustentado da nossa economia, traz ineficiência aos serviços públicos e fracassa qualquer iniciativa de melhoria das condições de vida. Por isso insisto que “muito ajuda quem pouco atrapalha”.

No ranking mundial que mede a simplificação da vida, o Brasil é o 127º na lista do Banco Mundial. O custo anual da burocracia brasileira é estimado em R$ 46 bilhões, ou seja, 1,4% do PIB nacional.

Não só pelo mal da letargia, mas a burocracia vai além. Ela é a principal responsável pela corrupção no país e no mundo. A ganância e a burocracia geram a cultura do suborno. Descomplicar a máquina burocrática significa dar resposta positiva contra a corrupção.

O resultado da máquina esclerosada é o engessamento de toda e qualquer necessidade do cidadão. É o empecilho no processo de abertura ou encerramento de uma empresa, no patenteamento de produtos, no registro de uma marca, no encaminhamento de documentos pessoais, numa fila de SUS. Dar as mesmas explicações em várias instâncias sobre um desejo ou uma necessidade de um cidadão é aumentar as filas da burocracia e alimentar este mal. São milhares de organismo públicos exigindo satisfação e, quando a burocracia sai do grau de inteligência ela migra para o retrabalho ineficiente. Somos reféns de tramitações inúteis que poderiam ser superadas com a simples utilização de tecnologia.

Precisamos desatar estes nós, por isso, lutamos com a criação da Frente Parlamentar da Desburocratização na Câmara dos Deputados, com metas para consolidar e modernizar a legislação e acabar com o “carimbório” inútil. É diária a nossa luta no Congresso Nacional contra a burocracia na liberação de registros de indústrias, produtos, portos e licenças ambientais que travam e oneram o setor produtivo brasileiro e nos coloca como um dos países mais burocráticos do planeta.

O desafio é eliminar os excessos que atrapalham o Brasil que deseja produzir e desenvolver. Que se respeite o cidadão, refém da ineficiente burocracia estatal.

* deputado federal, presidente da Frente Parlamentar da Desburocratização